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E a utopia de ser mãe volta, de tempos em tempos, e me faz repensar sobre a verdadeira dimensão de gerar uma nova vida.
Mas desta vez questionei os outros 50% do zigoto. E percebi que a minha vivência e meu ideal de figura paterna se tornaram verdadeiros beligerantes.
Se me orgulho de dizer 'pai e mãe, ouro de mina', também coloco em xeque a imprescindibilidade da figura masculina. Pela primeira vez repenso o verdadeiro significado do termo 'produção independente'.
Talvez seja uma responsabilidade grande demais ter que escolher um pai para os filhos. Não há nada que garanta a validade dos vínculos marido/mulher. Não a ponto de ser possível compartilhar com outra pessoa a incumbência de gerar, proteger e viabilizar a existência de um filho.
Em tempos de volubilidade emocional, onde o menor vento é capaz de desmanchar os laços entre os casais, não seria sensato condenar uma criança a ligar-se a um pai que pode tornar-se ausente, relapso ou não-afetivo. Os filhos não têm culpa.
E se o homem não é mais o responsável exclusivo pelo sustento das famílias, a figura da mãe-provedora deixou de ser uma utopia. A emancipação feminina está virtualmente completa...
Virtualmente. A perpetuação da espécie ainda depende dos gametas masculinos.
E eu tenho, dentro de casa, a prova maior de que ter um Pai é uma das grandes venturas da vida.
Fato é que minha incredulidade nas relações interpessoais não é capaz de suprimir o instinto materno. E também não vou reduzir [sarcasticamente] a participação masculina a simples detalhe técnico...
Que os anos façam-se luz nesse meu beco sem saída.
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