10 de abril de 2010

confissões

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Confessei ter me cansado do blog.
Confessei ter perdido a mão.
Confessei a culpa por tê-lo tornado (apenas) óbvio e um tanto menos utópico.

Que seja! Ainda que a forma tenha perdido seus atrativos e a dona o ímpeto juvenil de escrever, ele ainda fala do que é menos óbvio na vida: viver.

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toma o teu e voa mais

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A luz do sol refletida na vitrine. O som difuso dos passos apressados e das conversas casuais. O calor de um dia de outono aquecendo as almas sentadas nos bancos da praça. Essa sensação estranha de plenitude e força. A crença sutil de que algo realmente bom pode realmente acontecer.

Entender o tempo como a vida em plenitude e não pressuposto para um futuro melhor. O excesso de objetivos coloca o foco da existência em conquistas remotas e nos afasta da glória das vitórias cotidianas. Coagidos a pensar no futuro como uma entidade suprema, nos esquecemos que o hoje também foi futuro um dia. O tênue equilíbrio entre erguer alicerces e mergulhar na formidável experiência de apenas viver.

No fim, a curiosa impressão de que quanto menos eu me preocupo com os meus sonhos e desejos mais eles parecem possíveis de acontecer.


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7 de abril de 2010

the years between us

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What does it mean to regret when you have no choice?

Laura Brown - The Hours



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5 de abril de 2010

desventura

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Sim, afligia muito querer e não ter. Ou não querer e ter. Ou não querer e não ter. Ou querer e ter. Ou qualquer outra enfim dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um.


Caio Fernando Abreu - Depois de Agosto

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