23 de dezembro de 2010

aquelas nossas conversas...

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- sinto saudades de posts.
- pensei muito nisso hoje. vivi muito, escrevi pouco. tenho conversado infinitamente sobre o que penso. mas perdi a vontade de escrever. talvez porque o que eu realmente queria com o blog era alguém pra ouvir os devaneios que eu tinha pra dizer.
- e achou essa pessoa?
- não uma. várias. adequadas a cada momento. ou assunto.
- que bom então. queria pessoas assim também.
- eu achei quando parei de procurar. na verdade, acho que parei de procurar alguém com quem eu pudesse falar e comecei a ouvir. e acabei - acidentalmente - abrindo as portas para refletir, compartilhar e falar tudo o que eu tinha pra dizer.



no fim, todos desejam ser ouvidos...



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30 de outubro de 2010

just let him go...

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B: Then look down deep, into the soul I know you have, and tell me if what you feel for me is real, or if it's just a game. If it's real, we'll figure it out...all of us. But if it's not, then please Chuck, just let me go.
C: It's just a game. I hate to lose. You're free to go.
B: Thank you.

S: Chuck, why did you just do that?!
C: Because I love her... And I can't make her happy.


GG






Ok, agora temos duas pessoas profundamente infelizes...



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19 de julho de 2010

aqui, ali

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Estar em casa me faz pensar em você. Mas não daquele jeito bobo e sentimental - apaixonado. Penso em você enquanto alguém que não está mais aqui. Passei um bom tempo tentando me lembrar das coisas que aconteceram naquela época, algo que explicasse como isso tudo foi acontecer. E é óbvio que eu não encontrei a resposta.
A primeira reação foi tentar colocar a culpa em você. “Somos muito diferentes”. Tentei culpar seus ideais, suas mágoas antigas e seu medo quase irracional de me deixar entrar na sua vida. Depois, culpei a mim mesma. Talvez eu tenha exigido demais de você. Não fui capaz de entender que não demonstrar não é o mesmo que não sentir. E você demonstrou - do seu jeito, quando eu não estava mais ali pra ouvir...
E, então, me senti de novo como da última vez em que você me trouxe (e eu saí do carro sem me despedir e entrei em casa sem olhar pra trás). O coração saltando no peito, forte, rápido. Aquele peso no estômago que te faz se encurvar, numa tentativa inconsciente de se proteger sabe Deus do quê. E depois o vazio – a nítida sensação de que você perdeu algo que estava ali, dentro de você.
O problema é que eu me acostumei a pensar que você sempre estaria aqui. Eu tinha certeza de que toda vez que eu voltasse, poderia te chamar pra tomar um café ou assistir a um filme bobo em uma terça-feira fria. O problema é que dessa vez você não está aqui. E eu me pego pensando se eu deveria mesmo ter deixado você partir.


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13 de junho de 2010

tá bom. senta lá, cláudia.

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A gente vive lendo e ouvindo por ai que é necessário se arriscar mais, dar vazão aos sonhos e desejos, se dar o direito de viver. Dizem-nos que o medo apenas nos distancia das oportunidades. Convencem-nos de o segredo é não nos protegermos tanto...

Ok. E o que eles vão dizer agora quando, ao sair da fortaleza que me mantinha livre dos perigos, ganho de presente uma coleção de frustrações e mágoas. Cadê todo mundo agora pra me dizer que a beleza da vida está nas emoções vividas? As marcas que as tão propagandeadas experiências deixaram em mim são apenas cicatrizes feitas pelos cacos dos sonhos que deixei cair.

No fim, todos os filósofos, todos os poetas, todos os românticos incuráveis e todos os palpiteiros de plantão sucumbem diante da incomoda realidade: na vida real, abrir os braços e se permitir voar pode sim proporcionar fortes e inesquecíveis emoções, mas também te garante uma bela de uma queda.


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22 de maio de 2010

promessa

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"Dessa vez eu vou tentar sorrir
nem que seja só pra constatar que eu não consegui."



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18 de maio de 2010

é exatamente isso

10 de abril de 2010

confissões

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Confessei ter me cansado do blog.
Confessei ter perdido a mão.
Confessei a culpa por tê-lo tornado (apenas) óbvio e um tanto menos utópico.

Que seja! Ainda que a forma tenha perdido seus atrativos e a dona o ímpeto juvenil de escrever, ele ainda fala do que é menos óbvio na vida: viver.

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toma o teu e voa mais

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A luz do sol refletida na vitrine. O som difuso dos passos apressados e das conversas casuais. O calor de um dia de outono aquecendo as almas sentadas nos bancos da praça. Essa sensação estranha de plenitude e força. A crença sutil de que algo realmente bom pode realmente acontecer.

Entender o tempo como a vida em plenitude e não pressuposto para um futuro melhor. O excesso de objetivos coloca o foco da existência em conquistas remotas e nos afasta da glória das vitórias cotidianas. Coagidos a pensar no futuro como uma entidade suprema, nos esquecemos que o hoje também foi futuro um dia. O tênue equilíbrio entre erguer alicerces e mergulhar na formidável experiência de apenas viver.

No fim, a curiosa impressão de que quanto menos eu me preocupo com os meus sonhos e desejos mais eles parecem possíveis de acontecer.


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7 de abril de 2010

the years between us

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What does it mean to regret when you have no choice?

Laura Brown - The Hours



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5 de abril de 2010

desventura

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Sim, afligia muito querer e não ter. Ou não querer e ter. Ou não querer e não ter. Ou querer e ter. Ou qualquer outra enfim dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um.


Caio Fernando Abreu - Depois de Agosto

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24 de fevereiro de 2010

3ª do singular

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P. vai fazer 20 anos e está precisando de uma aspirina existencial. Expliquei a ela que essas crises são coisas pelas quais todos passam - apesar de odiar essas frases clichês - e que ela deveria sair para se divertir ao invés de ficar em casa se embriagando com suco de goiaba, Beatles e comédias românticas. O problema é que P. não gosta de conselhos, dicas ou qualquer coisa que envolva ou desvende sua fraqueza. Apesar de demonstrar o contrário, P. é sensível às pessoas, aos seus sorrisos forçados, suas alegrias fingidas e suas formas nocivas de amar. Ela nunca teve muitos amigos. Já houve pessoas que disseram a ela que era especial e algumas poucas que demonstraram, sem dizer, que ela realmente é. Já teve muitas decepções, suas primeiras melhores amigas foram as primeiras a abrirem seus olhos em relação à confiança que ela depositava nas pessoas. Mas P. cresceu e conheceu novas amigas que criaram raízes em seu coração, apesar de ainda ter muita dificuldade em confiar em alguém. Adora café, sushi de salmão e chocolate branco. Odeia sorvete de abacaxi. É observadora e distraída. Gosta de ir ao cinema sozinha e cozinhar para si mesma. Tem ciúmes estranhos e é muito autocrítica. É sarcástica e não sabe mentir. Fala demais, chora muito e reclama sempre. Assiste uma meia dúzia de filmes dezenas de vezes e adora repetir as falas dos personagens. Gosta de bandas que ninguém conhece e adora a trilha de Pride & Prejudice. Tem medo de gostar das pessoas e prefere expressar sentimentos escrevendo ao invés de falar. É orgulhosa, mas também capaz de ir atrás de alguém quando sente que vai perdê-la. Tem um blog que usa para publicar algumas coisas que ela considera bobagens, mas que, uma vez ou outra, agradam a alguém que as lê. Está aprendendo a beber cerveja e gosta do cheiro de cigarros que a fazem lembrar de festa. Adora água com gás. Pretende conhecer Buenos Aires e sonha em morar na Itália. Tenta tocar violão. Seus amigos dizem que é anti-social e mal humorada - e ela se orgulha de conservar essas amizades, há anos, mesmo assim. Quando gosta de verdade, é capaz de sacrificar seus próprios desejos e não mede esforços para fazer esse alguém feliz. P. me disse que daqui pra frente vai tentar ser feliz do seu jeito e acha que a aspirina que está precisando tanto já deve estar chegando por aí. E eu acredito, pois se tem uma coisa que ela faz melhor que brigadeiro de panela é recomeçar.

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17 de fevereiro de 2010

entre sorvetes e queijo parmesão

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"o problema básico do coração ficar perto do estômago é que isso nos dá a falsa impressão de que enchendo um vamos conseguir acabar com o vazio do outro."


P.S.: muito obrigada pela conversa-companhia.


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16 de fevereiro de 2010

summer days

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Summer romances end for all king of reasons. But when all is said and done, they have one thing in common: they are shooting stars, a spectacular moment of light in the heavens, a fleeting glimpse of eternity. And an a flash, they’re gone.


Nicholas Sparks — The Notebook



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15 de fevereiro de 2010

a procura/à procura

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Em algum momento, você vai ter que parar. Não parar – nunca – é um artifício interessante para não ter que pensar. Pensar dói. Naturalmente, evitamos o sofrimento. Até o dia em que o subterfúgio se torna mais doloroso do que a verdade implícita.

Pare. Respire. Ok, você não vai se matar. Mas dá medo. Você telefona, toma banho, toca violão, bebe água, cozinha, liga a tv sem som, tenta dormir. Dormir é a parte mais difícil. Para dormir é preciso parar de pensar. E você não quer mais fazer isso. Você não pode...

Conversar talvez não seja a melhor saída. É difícil explicar o que você não entende. Pare. Pense. Não, é melhor não sair hoje. Não, eu não quero gelo e limão. Uma água com gás, por favor.

Você sabe mesmo para onde está indo? Ok. Então, pare, pense, pense, pense, pense...

Em algum momento.



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4 de janeiro de 2010

questões fundamentais da vida, do universo e tudo o mais

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- Porque as pessoas não podem simplesmente aprender a viver juntas em paz e harmonia? - disse Arthur.
Ford deu uma gargalhada muito alta.
- Quarenta e dois! - disse, com um sorriso muito malicioso. - Não, não serve. Deixa pra lá.



Douglas Adams - The restaurant at the end of the Universe, pag. 84.



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