17 de abril de 2009

welcome to the jungle!

____________________________________________________



Como é possível uma vida mudar tanto em apenas um mês?
Resposta única: Faculdade de Medicina de Marília.

Hoje, um mês depois do último post, escrevo com uma tranquilidade que causaria inveja a muitos monges tibetanos. Hoje, surpreendo-me comigo mesma e com a capacidade humana de aceitar, mudar e se adaptar. Hoje, relembro tudo o que vivi nesse último mês e sou obrigada a aceitar que foi muito mais intenso, doloroso e representativo do que tudo o que eu havia vivenciado no último ano. Não que 2008 tenha sido inútil, mas não posso negar uma tendência natural a apagar da memória todo o sofrimento dos últimos 12 meses.

Crescer dói. E não é a dor da osteocondrite da tuberosidade, sentida durante o estirão de crescimento. É uma dor visceral, crônica, que atinge a alma e o coração, desencadeando um processo irreversível de amadurecimento pós-adolescente. E comigo não foi diferente: se hoje eu escrevo nesse blog sem molhar o teclado é porque já chorei muito antes de chegar até aqui. E esse ‘até aqui’ é bem mais distante do que eu podia imaginar. Estudante de Medicina. Morando sozinha. Sozinha.

Sozinha com os 600 alunos da faculdade.
400 veteranos para decorar os nomes.
80 alunos na gloriosa XLIII.
Sozinha?

Hoje, um mês depois do último post, vejo o passado recente cada vez mais distante. Vejo que algumas poucas pessoas (especiais, em essência) vão permanecer e que muitas outras novas vão chegar. E vejo, com um certo receio típico de quem vislumbra o novo, que esse mês foi apenas respaldo técnico-estrutural para tudo o que ainda há de vir.



____________________________________________________