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A vida tem me dado oportunidades demais. Muito mais do que eu mereço e muito além do que eu posso aproveitar. Na verdade, apenas me fez ver como o mundo é grande e cabe na palma da minha mão, se eu quiser.
Mas, diante das opções (usando, talvez, o termo mais indelicado para se referir a esse tema), algo cá, dentro de mim, tenta me convencer de que menos é mais. E essa força se faz agora presente nas mãos trêmulas, no frio na barriga, nos momentos de raiva inexplicável e na ansiedade incontrolável durante as longas noites que precedem o novo dia.
Relutei em aceitar o que eu sabia estar acontecendo. Medo. Diante de um abismo, não é possível saber se encontraremos a dor da queda ou seremos salvos por algum anjo distraído...
E então me rendi aos fatos. Reconheci que os meus tropeços nesse caminho que eu vinha trilhando tão confortavelmente são apenas sinais de que algo alterou o rumo dos meus passos.
Há algumas horas, sentada no fundo do auditório, entendi e aceitei que tudo o que eu estava sentindo e todas as besteiras que eu fiz no fim de semana tinham, de fato, um motivo.
E de mãos dadas com o medo de um futuro incerto, uma alegria estranha - daquelas que fazem escapar uma lágrima enquanto provocam o riso - tomou conta de todas as terminações nervosas do meu corpo.
Com um suspiro longo e forte, acreditei no que estava, literalmente, diante dos meus olhos.
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