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- Até quando é preciso segurar as lágrimas ou tentar escondê-las, virando o rosto e enxugando as gotinhas na manga da blusa o mais rápido possível?
Uma ilusão, isso é tudo o que nos tornamos. Escondendo o que realmente somos atrás de uma efígie de força, personalidade, confiança. Frágeis, carentes, sensíveis e suscetíveis – alguém que não gostaríamos de ser.
Chorar é preciso. Caem as lágrimas, caem as máscaras. Desnuda-se a alma, revelando medos e fraquezas. Chorar dói. A verdade dói. Quando não é mais possível manter as aparências, aceitar o que realmente somos é um exercício de fé. Apesar de, chorar é preciso. Alivia o fardo de ser. É a sangria da alma.
Ser feliz não é preciso. Aos olhos do mundo, o sorriso e a calma são dádivas. Na cegueira da consciência, a alegria é apenas um meio de viver em sociedade. Ninguém é obrigado a ser feliz. Ninguém deve ser feliz, se de fato não o for. Ser, plena e genuinamente. Ser, independente do que seja. Ser - só o que somos.
Viver é, talvez, uma responsabilidade maior do que é possível honrar. Impossível?
Finge-se ser. Finge-se viver. Alguns muito bem.
Mas será que é realmente preciso mentir?
Mentir dá remorso.
E não mentir é um dom que o mundo não merece.
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17 de novembro de 2008
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1 comentários:
Grandes devaneios, marcados com inúmeras metáforas.
Um belo texto, expondo sem censura as nuances da alma.
(na tentativa de escrever mais difícil do que você. =P)
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