13 de junho de 2010

tá bom. senta lá, cláudia.

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A gente vive lendo e ouvindo por ai que é necessário se arriscar mais, dar vazão aos sonhos e desejos, se dar o direito de viver. Dizem-nos que o medo apenas nos distancia das oportunidades. Convencem-nos de o segredo é não nos protegermos tanto...

Ok. E o que eles vão dizer agora quando, ao sair da fortaleza que me mantinha livre dos perigos, ganho de presente uma coleção de frustrações e mágoas. Cadê todo mundo agora pra me dizer que a beleza da vida está nas emoções vividas? As marcas que as tão propagandeadas experiências deixaram em mim são apenas cicatrizes feitas pelos cacos dos sonhos que deixei cair.

No fim, todos os filósofos, todos os poetas, todos os românticos incuráveis e todos os palpiteiros de plantão sucumbem diante da incomoda realidade: na vida real, abrir os braços e se permitir voar pode sim proporcionar fortes e inesquecíveis emoções, mas também te garante uma bela de uma queda.


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22 de maio de 2010

promessa

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"Dessa vez eu vou tentar sorrir
nem que seja só pra constatar que eu não consegui."



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18 de maio de 2010

é exatamente isso

10 de abril de 2010

confissões

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Confessei ter me cansado do blog.
Confessei ter perdido a mão.
Confessei a culpa por tê-lo tornado (apenas) óbvio e um tanto menos utópico.

Que seja! Ainda que a forma tenha perdido seus atrativos e a dona o ímpeto juvenil de escrever, ele ainda fala do que é menos óbvio na vida: viver.

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toma o teu e voa mais

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A luz do sol refletida na vitrine. O som difuso dos passos apressados e das conversas casuais. O calor de um dia de outono aquecendo as almas sentadas nos bancos da praça. Essa sensação estranha de plenitude e força. A crença sutil de que algo realmente bom pode realmente acontecer.

Entender o tempo como a vida em plenitude e não pressuposto para um futuro melhor. O excesso de objetivos coloca o foco da existência em conquistas remotas e nos afasta da glória das vitórias cotidianas. Coagidos a pensar no futuro como uma entidade suprema, nos esquecemos que o hoje também foi futuro um dia. O tênue equilíbrio entre erguer alicerces e mergulhar na formidável experiência de apenas viver.

No fim, a curiosa impressão de que quanto menos eu me preocupo com os meus sonhos e desejos mais eles parecem possíveis de acontecer.


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7 de abril de 2010

the years between us

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What does it mean to regret when you have no choice?

Laura Brown - The Hours



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5 de abril de 2010

desventura

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Sim, afligia muito querer e não ter. Ou não querer e ter. Ou não querer e não ter. Ou querer e ter. Ou qualquer outra enfim dessas combinações entre os quereres e os teres de cada um.


Caio Fernando Abreu - Depois de Agosto

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24 de fevereiro de 2010

3ª do singular

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P. vai fazer 20 anos e está precisando de uma aspirina existencial. Expliquei a ela que essas crises são coisas pelas quais todos passam - apesar de odiar essas frases clichês - e que ela deveria sair para se divertir ao invés de ficar em casa se embriagando com suco de goiaba, Beatles e comédias românticas. O problema é que P. não gosta de conselhos, dicas ou qualquer coisa que envolva ou desvende sua fraqueza. Apesar de demonstrar o contrário, P. é sensível às pessoas, aos seus sorrisos forçados, suas alegrias fingidas e suas formas nocivas de amar. Ela nunca teve muitos amigos. Já houve pessoas que disseram a ela que era especial e algumas poucas que demonstraram, sem dizer, que ela realmente é. Já teve muitas decepções, suas primeiras melhores amigas foram as primeiras a abrirem seus olhos em relação à confiança que ela depositava nas pessoas. Mas P. cresceu e conheceu novas amigas que criaram raízes em seu coração, apesar de ainda ter muita dificuldade em confiar em alguém. Adora café, sushi de salmão e chocolate branco. Odeia sorvete de abacaxi. É observadora e distraída. Gosta de ir ao cinema sozinha e cozinhar para si mesma. Tem ciúmes estranhos e é muito autocrítica. É sarcástica e não sabe mentir. Fala demais, chora muito e reclama sempre. Assiste uma meia dúzia de filmes dezenas de vezes e adora repetir as falas dos personagens. Gosta de bandas que ninguém conhece e adora a trilha de Pride & Prejudice. Tem medo de gostar das pessoas e prefere expressar sentimentos escrevendo ao invés de falar. É orgulhosa, mas também capaz de ir atrás de alguém quando sente que vai perdê-la. Tem um blog que usa para publicar algumas coisas que ela considera bobagens, mas que, uma vez ou outra, agradam a alguém que as lê. Está aprendendo a beber cerveja e gosta do cheiro de cigarros que a fazem lembrar de festa. Adora água com gás. Pretende conhecer Buenos Aires e sonha em morar na Itália. Tenta tocar violão. Seus amigos dizem que é anti-social e mal humorada - e ela se orgulha de conservar essas amizades, há anos, mesmo assim. Quando gosta de verdade, é capaz de sacrificar seus próprios desejos e não mede esforços para fazer esse alguém feliz. P. me disse que daqui pra frente vai tentar ser feliz do seu jeito e acha que a aspirina que está precisando tanto já deve estar chegando por aí. E eu acredito, pois se tem uma coisa que ela faz melhor que brigadeiro de panela é recomeçar.

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17 de fevereiro de 2010

entre sorvetes e queijo parmesão

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"o problema básico do coração ficar perto do estômago é que isso nos dá a falsa impressão de que enchendo um vamos conseguir acabar com o vazio do outro."


P.S.: muito obrigada pela conversa-companhia.


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16 de fevereiro de 2010

summer days

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Summer romances end for all king of reasons. But when all is said and done, they have one thing in common: they are shooting stars, a spectacular moment of light in the heavens, a fleeting glimpse of eternity. And an a flash, they’re gone.


Nicholas Sparks — The Notebook



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